“Escrever é uma forma sublime de amar”.
Cidália Fernandes
“Nasci em Vieiro, concelho de Vila-Flor, no dia 14 de Março de 1961. Era um dia de quase primavera e, conta a minha mãe, depois do primeiro grito que me obrigou a inalar a independência, abri subitamente os olhos de espanto para a vida. Tem sido esse pasmo, esse fascínio pela existência que tem animado os meus dias.
Iniciei os meus estudos primários em Pinhal do Norte e em Carrazeda de Ansiães; e foi na escola, graças à gentileza da minha professora primária, que descobri o universo que os livros continham, a extraordinária magia das histórias com as quais podia viajar. Foi a melhor forma de penetrar num outro mundo, liderado pelas palavras e pelo sonho, para além daquele que eu já conhecia e com o qual me identificava inteiramente – a família, os vizinhos, os amigos, os animais, as aves, as árvores e as plantas.
Na cidade de Bragança, no Liceu Nacional, completei os meus estudos secundários. Os livros continuaram a meu lado, como companhia de eleição.
Licenciei-me em Línguas e Literaturas Modernas, variantes de Português e Alemão, na Faculdade de Letras do Porto. As portas das escolas foram-se abrindo à experiência da docência.
Depois de ter passado por escolas como a Secundária da Régua, de Mirandela e de Valongo, efetivei na Escola Secundária de Penafiel, onde me encontro a lecionar a disciplina de Português, a alunos do ensino secundário.
Depois do nascimento do meu primeiro filho, nasceu também a aventura da escrita. Um dia, quando lhe perguntei qual a história que gostaria que lhe lesse (desde pequenino que tinha instituído o hábito de ler para ele), ele respondeu-me que queria que lhe inventasse uma história. Respondi que não sabia nenhuma história bonita para ele, mas ele argumentou que devia saber, pois gostava muito de livros.
Perante tal argumento, como proceder? Acabei por ceder e esse foi o meu primeiro desafio. Inventei, então, uma história de uma aranha e de uma menina com um chapéu azul. Gostou muito. No dia seguinte, quando me preparava para lhe ler mais uma história, ele pediu-me para lhe contar mais uma vez a história da aranha. Contei, mas ele interrompia-me com frequência, dizendo que no dia anterior não tinha contado da mesma forma. Assim sendo, para evitar esses comentários, resolvi escrever a história, enriquecendo-a com belos pormenores. Adorou.
Esta foi a primeira, outras se seguiram. E assim nasceu, em 2002, o meu primeiro livro de contos, composto por catorze fábulas, Contar, Ouvir, Sonhar, publicado pela Editora Paulinas.
Entretanto, em parceria com outros autores, comecei também a edição de manuais escolares e de livros técnicos.
Em 2006, obtive o grau de Mestre, ao defender a tese de Mestrado em Cultura Portuguesa: “António Nobre: o homem, o poeta e as pequenas (grandes) coisas”, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Tenho participado em vários festivais infantis e juvenis, a nível nacional, nos quais obtive já vários prémios.
No âmbito do incentivo à leitura, tenho realizado inúmeras deslocações às escolas de todo país, divulgando, ao mesmo tempo, os meus livros e incentivando o público infantil e juvenil à leitura e à escrita criativa. Tenho participado também, a convite das escolas, em atividades relacionadas com a literatura em geral (poesia, contos, lendas, etc.) e também com o objetivo de apresentar a Dramatização dos livros Chamo-me Fernando Pessoa e Chamo-me José Saramago, destinados aos alunos do Ensino Secundário, mas especificamente aos do 12º ano.”